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Advent International coloca em prática um plano de contenção de potenciais danos do Covid-19 às empresas de seu portfólio. Adicionado em 06/05/2020
 
“Essa é a hora em que o gestor tem de estar mais perto do que nunca das empresas”

Com escritório no Brasil desde 1997, a Advent International vem colocando em prática um plano de contenção de potenciais danos do Covid-19 às empresas de seu portfólio. Segundo Mario Malta, Managing Director da Advent no Brasil, ainda é cedo para vislumbrar uma saída para a crise, mas os fundos de Private Equity têm uma capacidade única de ajudar as empresas investidas a superá-la.


Leia a entrevista: 

A Advent é um fundo global com forte presença no Brasil. Como se preparou para a crise?

Mario Malta: Nesses mais de 20 anos, a Advent já investiu mais de 6 bilhões de dólares na América Latina e em mais de 50 empresas brasileiras. Nossa atuação global foi importante para dar a dimensão do que seria essa crise para a economia real, e começamos a sentir isso em janeiro nos nossos investimentos na China. Em fevereiro, iniciamos no Brasil um programa de proteção de caixa, manejo de capital de giro, congelamento de contratações e investimentos. A prevenção nessa hora é fundamental.


Como foram definidas as ações?

Primeiro, esse é um momento em que o gestor tem de estar mais perto do que nunca das empresas. Experiência ajuda muito: os profissionais de Private Equity no Brasil já passaram por diversas crises e sabem que, durante elas, sempre parece que o mundo vai acabar. É importante dar aos times das empresas senso de urgência mas, também, tranquilidade. Em março, instituímos comitês com reuniões periódicas nas empresas de nosso portfólio e as classificamos conforme o seu grau de exposição.

Os parques nacionais da Cataratas, por exemplo, foram definidos como de impacto alto. Na terceira ou quarta semana de março, seu faturamento já estava praticamente zerado. Outras investidas, como a varejista de materiais de construção Quero-Quero, tiveram que fechar suas
portas mas reabriram depois que seus negócios foram considerados essenciais. Já a Easynvest, maior corretora independente do país, nem sentiu a crise.

As primeiras atitudes tomadas, e isso vale para todas, diziam respeito à proteção dos funcionários: implementação de home office e afastamento de pessoas dos grupos de risco, por exemplo. Para nossos clientes, estipulamos medidas protetivas no interior de lojas: no Sam’s Club, do Grupo BIG, oferecemos para consumidores acima de 60 anos facilidades nas compras, dando acesso ao clube para seus filhos.

Por fim, voltamos nossas atenções ao caixa das empresas: negociações com fornecedores, gestão de recebíveis e ações nas frentes fiscal e trabalhista. Ajuda bastante o fato de termos, como gestora, relacionamento sólido com bancos.

Os desafios foram enormes. A YDUQS, uma empresa com grande capacidade operacional de ensino a distância, precisou mover da noite para o dia 300 mil alunos de ensino presencial para o ambiente virtual. A companhia negociou com Oi e Vivo preços acessíveis para que os alunos tivessem internet em casa para fazer suas aulas.

Estamos muito tranquilos com a solidez do nosso portfólio e orgulhosos com o trabalho que os times das empresas fizeram nesses últimos meses.


Em que essa crise é diferente das outras vividas pela Advent no Brasil?

A crise que enfrentamos hoje é global e sem precedentes. São muitos países afetados, e de perfis bem distintos. É diferente do final dos anos 1990, quando as crises nasciam nos próprios países emergentes.

É também uma crise em que a demanda e a oferta estão caindo ao mesmo tempo. Vejo uma saída muito mais lenta que em casos anteriores. O retorno deve acontecer apenas quando o consumidor se sentir seguro. Essa vai ser a chave para a virada, e ainda é muito difícil ver quando essa segurança vai voltar.


O que uma gestora deve dizer a seus investidores neste momento?

Nossos investidores sabem que haverá volatilidade. É algo inerente ao negócio e entregar performance de longo prazo, em dólar, é sempre desafiador. A saída para isso é a mesma de sempre. Temos de ser extremamente conservadores e analíticos. A gente é muito disciplinado em valuation.

Esperar volatilidade significa manter o nível de alavancagem baixo nas nossas empresas investidas, permitindo a preservação de caixa. Temos uma gestão ativa, investimos em setores que conhecemos bem e, numa hora como essa, aumentamos muito nossa interação com os times e com nossos investidores.


O que esperar para o mercado de Private Equity pós-pandemia?

Ainda é cedo para pensar no pós-pandemia. A fase ainda é de olhar para dentro, fazer o dever de casa. Como falei, é muito difícil prever o fim de uma crise de saúde como essa. Mas, passada a fase mais aguda, as empresas mais sólidas vão, sim, ter uma mentalidade de ganho de market share. Mais importante ainda, vão ter de entender como essa crise vai mudar os hábitos do consumidor, que certamente vai usar mais os canais digitais, por exemplo. A certeza que tenho é que o capital privado e a experiência dos gestores de Private Equity ajudam muito durante a crise, orientando as empresas investidas, e ajudarão a acelerar o crescimento do país quando isso tudo passar.

Fonte: ABVCAP News - Maio 2020


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