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Notícias ABVCAP

ABVCAP 20 anos Adicionado em 02/07/2020
 
“A passagem do século e do milênio se mostra bastante critica. No sentido mais profundo do termo: transição fecunda, mas dolorosa, de uma época para outra. Não é o fim do mundo, mas é o fim de um mundo “Dom Lucas Moreira Neves em “Crepúsculo e Aurora” OESP 30/04/97.

Em fevereiro de 1994 eu presidia a CVM e editei a INSTR.204, criando os fundos de investimentos em empresas emergentes, a nossa versão da regulação do venture capital americano.

Em agosto de 1981 eu era assessor do presidente da Bovespa e propus ao Codimec, entidade criada por Roberto Teixeira da Costa, quando presidente da CVM, para patrocinar a realização de um fórum internacional sobre venture capital.

O Roberto já tinha deixado a CVM e presidia a Brasilpar, uma holding que investia em empresas de capital fechado, e com quem eu conversava sobre o venture capital para apoiar a capitalização da micro, pequena e medias empresas brasileiras.

Nos Estados Unidos o venture capital surgiu logo depois da segunda guerra mundial, em Boston ao redor de Harvard e MIT. No congresso americano o Senador Taft discursava contra o risco da economia americana vir a ser socializada com a estatização de suas grandes empresas. Era o início da guerra fria em que dois modelos econômicos disputavam a hegemonia mundial.

Mas o grande desenvolvimento do venture capital e do private equity nos Estados Unidos ocorreu depois da aprovação da reformulação dos fundos de pensão, a lei da ERISA, em 1974, criando o modelo de capitalização que permitia a essas entidades acumularem uma poupança de longo prazo.

Nessa época estudos mostravam que eram as pequenas e medias empresas as maiores geradoras de empregos e as mais inovadoras por dólar investido.

O mantra que acompanhou o desenvolvimento americano após a segunda guerra que dizia “o que é bom para a General Motors é bom para os Estados Unidos “passou a ser,” o que é bom para a pequena empresa é bom para a economia americana”.

Com a poupança previdenciária de longo prazo foram mais de 35000 micro, pequenas e medias empresas que entraram no mercado de capitais nas décadas de 80 e 90
O venture capital que surgira em Boston ao redor de Harvard e MIT espalhou-se pelos Estados Unidos tornando-se o Silicon Valley, na California, o novo polo da inovação apoiado pelas universidades de Stanford, Ucla e outras.

As décadas de 80 e 90 passaram a ser conhecidas como a da nova economia americana com o surgimento de empresas como Microsoft, Apple e muitas outras.

Convidados por Roberto Teixeira vieram ao Brasil em 1981 David Gill, do IFC, Peter Brooke fundador da Advent e Stanley Pratt, dono da publicação Venture Economics para o 1ºForum Internacional de Venture Capital realizado na ACRJ e na FIESP.

Tínhamos nessa época algumas empresas de participação  de alguns pioneiros como Roberto Teixeira da Costa, com Brasilpar, Ary Burger ,com a CRP-Compania Riograndense de Participações, Acel Investimentos ,de Luís Carlos Tornaghi, Citicorp, Partbank, Riopart, Arbi, dos Birmann com assessoria do Frank de Luca, e algumas outras que investiam em pequenas e medias empresas familiares.

Roberto Teixeira e eu procuramos o advogado Jose Luis Bullhões Pedreira e pedimos que preparasse um projeto de lei sobre sociedades de risco que nunca foi levado ao Congresso
O decreto lei 2287 de 23/7/1986 criou as sociedades de capital de risco. Sua regulamentação foi mal feita gerando inclusive um mal-estar entre o BC e a CVM. Como dizemos no mercado o instrumento não pegou.

Em 1987 o Cebrae me pediu para publicar um livro sobre Sociedades de Capital de Risco
Reuni um conjunto de artigos do Roberto Teixeira, Ricardo Leonardos, meus e apresentações feitas no Seminário de Sociedades de Capital de Risco da Abamec de 19/2/1987 no Maksoud Plaza com apresentações do Paulo Cezar Aragão, Vladimir Rioli, minha, e participações de Romeu Trussardi, Werner Hoffman, Keyler Carvalho Rocha, Leslie Amendolara, Francisco Vidal Luna e outros. Montei o livro e mandei para o Cebrae que o publicou em fins de 1987.

O nome sociedades de capital de risco serviu para inspirar a o nome a ser dado a ABVCAP quando de sua fundação em 2000.Seu nome original era ABCR-Associação Brasileira de Capital de Risco que teve que ser alterado pois foi impugnado   pela ABCR-Associação Brasileira de Construção de Rodovias.

Sua impugnação não impediu, porém o sucesso da ABVCAP, verdadeira rodovia para auxiliar o desenvolvimento de nossas empresas de capital fechado, sejam startups ou grandes empresas
Deixarei a outros escreverem sobre os 20 anos de nossa entidade, mas com a certeza de que passada a pandemia nossa indústria e o mercado de capitais atingirão novos patamares.

Thomás Tosta de Sá (Presidente do Codemec – Comitê para o Desenvolvimento do Mercado de Capitais)

Fonte: ABVCAP News | Julho 2020


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