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O IPO do “Brasil profundo” | Entrevista com Wilson Rosa - Advent International Adicionado em 07/10/2020
 
A abertura de capital da rede varejista de material de construção Quero-Quero foi apelidada de “IPO do Brasil profundo”, e não é à toa. Longe dos grandes centros urbanos, a Quero-Quero baseou toda sua estratégia de crescimento no interior – no último ano, abriu uma loja por semana em pequenas cidades da região sul. Hoje, é a maior rede do segmento em número de lojas. Após um investimento de 12 anos, a gestora americana Advent International vendeu todas as suas ações no IPO, fazendo da Quero-Quero a segunda “corporation” do varejo brasileiro, depois da Renner. Wilson Rosa, sócio da Advent responsável pelo investimento, falou à ABVCAP sobre a Quero-Quero e a importância da crescente diversificação da bolsa brasileira. 

1- Foram 12 anos investindo nas Lojas Quero-Quero. Qual foi o papel da Advent no crescimento da empresa? Qual a contribuição para que chegasse à Bolsa?                                                                                                           
A Advent trabalhou na transformação da Quero-Quero em diversos aspectos, das pessoas à estratégia de crescimento. Da diretoria executiva atual, quatro diretores foram contratados por nós e dois vieram da antiga gestão da companhia. Adicionalmente implementamos um programa de trainee super ambicioso, recrutando jovens talentos nas melhores faculdades do país. O CFO da Quero-Quero começou nesse programa, fez MBA em Insead e voltou para a empresa. Também mudamos completamente os sistemas de crédito e de cobrança, para que a empresa pudesse funcionar não somente no interior do Rio Grande do Sul mas em qualquer lugar. Mas talvez a maior mudança tenha sido na ambição. A Quero-Quero era uma rede relativamente pequena e promovemos um forte plano de expansão, crescendo vendas em mesmas lojas com melhor sortimento e abrindo lojas. No último ano, abrimos uma loja por semana. 

 
2- O registro para o IPO foi realizado em junho, em plena crise sanitária causada pela pandemia de coronavírus. De que forma a crise influenciou na decisão? 

A crise atrasou o IPO. Nossa expectativa original era ter a operação precificada em abril, mas com o início da crise isso foi impossível, já que as lojas inclusive fecharam. Mas logo o segmento de material de construção foi considerado essencial, as lojas reabriram e o desempenho foi muito bom, o que nos animou a retomar o processo. 


3- IPOs de setores que ainda não têm pares na Bolsa obtiveram sucesso com os investidores, como é o caso das Lojas Quero-Quero, mas também da Petz, cuja abertura de capital é recente, e da Vivara, que estreou no ano passado. Essas experiências mostram que a Bolsa brasileira pode ser mais variada nos próximos anos? Que setores tendem a ganhar mais relevância no mercado de capitais brasileiro? 

É uma tendência, e muitíssimo bem-vinda, por sinal. Essa tendência já começou na onda de 2005-2008, mas está ganhando muito mais força agora. Muitos segmentos são bem representados em outras bolsas e não têm representatividade no Brasil, o que limita as opções dos investidores e faz com que o mercado acionário não seja um termômetro tão preciso da nossa economia. Um exemplo que temos aqui na Advent é o varejo de autopeças, que é fortíssimo nos Estados Unidos, com cinco empresas gigantes listadas na bolsa americana. Nossa empresa, a Fortbras, é um candidato para ser este ponto de referência no futuro por aqui.
 

4- A abertura de capital das Lojas Quero-Quero mostrou o potencial de crescimento de outras regiões do Brasil, fora do eixo Rio-São Paulo. O sucesso da operação pode abrir o caminho para outras empresas regionais? Ainda há resistência nesse sentido? 

Não vimos resistência, pelo contrário. Os investidores querem histórias diferentes, e isso vale tanto para setores quanto para exposição geográfica. O Brasil é um país enorme, e há empresas muito grandes e bem sucedidas em todas as regiões. Temos, por exemplo, a história do grupo Mateus, que é fantástica e pouca gente aqui no sudeste tinha ouvido falar dela. Espero que a Quero-Quero tenha ajudado a abrir o caminho para outras empresas.

Fonte: ABVCAP News | Outubro 2020


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