O mercado de startups no Brasil vem batendo recordes. Em 2021, 10 novas empresas de inovação alcançaram US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) em valor de mercado e se tornaram unicórnios. Também no ano passado foram investido R$ 53 bilhões em startups brasileiras.
O mercado aquecido chama a atenção das empresas tradicionais e já estabelecidas, é o que aponta a pesquisa “Corporate Venture Capital no Brasil” feita pela ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital).
O levantamento mostra que 61% das companhias nacionais investem em startups, conhecido como CVC (Corporate Venture Capital). Entre as empresas brasileiras que não aplicam dinheiro em startups, 92% tema pretensão de investir no mercado de inovação.
O interesse parte das empresas em diversificar seus investimentos e se aproximar de conexões com acesso a ideias e solução de mercado. 75% das empresas consultadas na pesquisa desejam obter vantagens estratégicas e financeiras ao aplicar dinheiro em startups.
O cenário tão favorável não era esperado, de acordo com coordenador do Comitê de CVC da ABVCAP,
Sandro Valeri. “Foi realmente uma surpresa”, “Imaginávamos que empresas ainda consideravam apenas o resultado financeiro como benefício do CVC, mas a situação é diferente, e já há uma visão de longo prazo”, explica Valeri.
Os valores aplicados ainda são baixos, na avaliação de Valeri. Aproximadamente metade dos CVCs têm investimentos abaixo de R$ 100 milhões, apenas 30% dos empenhos tem valores acima de R$ 1000 milhões.
Para o também coordenador do Comitê de CVC da ABVCAP, Rosario Cannata, a perspectiva para o futuro é de crescimento no investimento de empresas brasileiras em startups.
“Hoje vemos que esse valor é pouco, mas as quantias baixas estão associadas ao risco, porque empresas não podem comprometer muito capital em iniciativas recentes. No futuro, essa quantia será bem maior”, argumenta Cannata.