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Pátria busca liderança na América Latina após IPO na Nasdaq Adicionado em 24/02/2021
 

Com os recursos levantados, gestora procura consolidar presença na região e, ainda, lançar novos produtos de private equity e outras frentes

Após 32 anos de existência, a gestora Pátria deu um passo importante rumo à internacionalização, com a abertura de capital em uma das principais bolsas de valores do mundo, a Nasdaq, em 22 de janeiro. O montante de US$ 588 milhões levantado deve contribuir na consolidação da empresa na América Latina e, ainda, ampliar os produtos de Private Equity e outras frentes, diz o sócio-fundador, Alexandre Saigh, diretor-presidente, membro do Conselho de Administração e sócio-fundador do Pátria. "Temos um sonho, de três décadas, de montar uma gestora líder no Brasil, América Latina e mercados emergentes", diz o executivo, em entrevista à ABVCAP.

Com US$ 14,01 bilhões em ativos sob gestão, o Pátria já está entre a cinco maiores gestoras de mercados emergentes. Para atingir o topo da lista, usará parte do valor levantado no IPO, ou US$ 326 milhões, que entraram no caixa da gestora via emissão de ações primárias. Outros US$ 262 milhões foram para a gigante Blackstone, que reduziu a participação na empresa de 30% para 14%.

Como parte da estratégia de crescimento, o Pátria quer acelerar o lançamento de ativos nas quatro verticais de atuação: private equity, infraestrutura, imobiliária e crédito. Na primeira frente, pretende focar nas três áreas que o Fundo já tem presença: saúde, alimentos e bebidas e agronegócio. Entretanto, uma quarta área também está no radar: logística. Além disso, no longo prazo, a gestora cogita ampliar sua presença para além da América Latina, após eventuais aquisições. "Nos próximos cinco anos não devemos dar passos nessa direção, mas talvez daqui a dez anos", diz Saigh.

De que forma a abertura de capital na Nasdaq corrobora o plano de internacionalização do Pátria?

Nova York dá a conotação de internacionalização e nos ajuda a crescer, via aquisições, no futuro. Ter uma ação negociada em Nova York tem mais valor para uma gestora latino-americana, do que um papel negociado no Brasil ou país vizinho. O Pátria vem se internacionalizando há cerca de 30 anos, desde quando captamos os primeiros fundos focados na América Latina. Cada vez mais visamos ter uma participação regional em ativos sob gestão, assumimos a liderança no Brasil, e, depois, na América Latina. Em paralelo, também queremos ser líder em presença e, por isso, abrimos escritórios em Bogotá, na Colômbia; Santiago, no Chile; Montevidéu, no Uruguai; além de Nova York, Londres, Dubai, Hong Kong, entre outras cidades. Dois terços, ou 70% do Pátria, trabalham, presencialmente, em dez escritórios ao redor do mundo, e 90% da nossa captação vêm de investidores estrangeiros.

Quais frentes ou segmentos estão no radar do Pátria para eventuais aquisições?

Primeiro, para aumentar nosso portfólio de produtos nas quatro verticais de atuação: private equity, infraestrutura, imobiliária e crédito. Dentro dessas verticais, temos onze estratégias distintas. Em private equity, por exemplo, uma das estratégias é voltada à nossa principal família de fundos, de consolidação de setores fragmentados. Outra estratégia nesta vertical é a compra de participações minoritárias relevantes em ações listadas em Bolsa. Na área imobiliária, temos outras estratégias, focadas em fundos na área residencial e de galpões logísticos. Em infraestrutura, temos um fundo focado na área de desenvolvimento, tanto a partir do zero como em fase mais madura. Em crédito, temos a estratégia de um fundo que faz investimento direto em empresas médias brasileiras. Além das onze estratégias, também consideramos desenvolver outras novas. Há uma série de novos planos que podemos começar via aquisições.

Futuras eventuais aquisições também ajudam o Pátria a ampliar a presença geográfica?

Sim. Adquirir outras gestoras   , com outros produtos, nos ajuda a ampliar presença geográfica, especialmente nos cinco principais países latino-americanos que focamos: México, Colômbia, Peru, Chile e Brasil.

Em Private Equity, quais setores ou áreas o Pátria está olhando com mais atenção?

Focamos nossos investimentos em poucos setores. Mais de 80% do que investimos no fundo de consolidação, dentro do “guarda-chuva” de Private Equity, são voltados a três setores: saúde, com mais de 50%, e outros 30% divididos igualmente entre alimentos e bebidas e agronegócio. Nossa visão é a de entender profundamente um setor. Depois do IPO, devemos manter esses três setores no rodar, com uma possível quarta área que tem nos chamado bastante a atenção, que é a de logística.

Como avalia os US$ 588 milhões levantamentos com a abertura de capital?

O resulto superou, e muito, nossas expectativas. O valor de US$ 588 milhões está divido da seguinte forma: US$ 262 milhões foram para a Blackstone, que vendeu ações, e reduziu a participação no Pátria de 30% para 14%; e US$ 326 milhões para o caixa do Pátria, que emitiu ações primárias. Prevíamos captar 20% menos do que o isso. Mas conseguimos captar o montante total porque nosso IPO teve uma procura muito grande, de mais de 14 vezes a oferta. Com isso, o regulamento do mercado acionário norte-americano nos permite captar até 20% a mais do que o desejado, a partir de um mecanismo chamado hot issue (lote adicional, em tradução livre). 

O que muda na estratégia do Pátria com a redução de participação da gigante Blackstone?

Essa mudança acontece em um momento em que conseguimos olhar para outra veia de crescimento e expansão. Temos um sonho, de três décadas, de montar uma gestora líder no Brasil, América Latina e mercados emergentes. Nossos ativos sob gestão, de mais de US$ 14,01 bilhões, nos coloca entre os primeiros cinco maiores gestores de mercados emergentes. Para atingir a liderança, precisávamos aumentar o capital justamente para levantar esses US$ 326 milhões para financiar nosso crescimento. Buscamos a abertura de capital para isso. A Blackstone tinha uma visão de ter o controle do Pátria, o que vem em linha com a estratégia em outros negócios mundo afora. Para seguirmos com o sonho de seguirmos controladores e buscarmos a liderança em mercados emergentes, sugerimos que reduzissem a participação na abertura de capital porque não abriríamos mão do comando.

Ao falar em mercados emergentes, também considera expansão para além da América Latina?

A resposta é sim, se pensarmos na origem do nosso sonho, mas, no curto prazo, é não. Há muito para fazer no Brasil e na América Latina. Em ativos sob gestão, já estamos entre os cinco maiores de mercados emergentes, e, para atingir o topo dessa métrica, não precisamos estar presencialmente nesses lugares. Trata-se de uma variável essencialmente financeira. Mas, lá na frente, nossa visão é, sim, introduzir algumas das nossas estratégias em outros países. É uma visão de longuíssimo prazo. Nos próximos cinco anos não devemos dar passos nessa direção, mas, daqui a dez anos, talvez sim.

A que atribui esse o forte interesse dos investidores por ações do Pátria?

Há um momento de mercado muito favorável à nossa indústria no Brasil, que cresce no ambiente de controle inflacionário, juros baixos e estabilização econômica. Nesse cenário, investidores que buscam maior rendimento migram da renda fixa tradicional para ativos alternativos. Somado a isso, na América Latina, o Pátria se destaca com um portfólio e histórico de performance de muito sucesso. Esses dois fatores explicam a demanda ter sido 14 vezes superior à oferta na abertura de capital.

Como avalia a situação e o potencial de crescimento da indústria de Private Equity no Brasil?

É uma indústria que tem amadurecido e se desenvolvido ao longo de cerca de três décadas. As gestoras que sobreviveram neste mercado volátil têm competências incríveis, e poderiam estar em qualquer lugar do mundo, em termos de capacidade de retorno. Houve uma depuração, uma consolidação por desempenho, nos últimos 30 anos. As gestoras que ficaram têm um histórico de sucesso e um potencial enorme de continuar crescendo. Na América Latina, onde é difícil de investir e há poucos gestores, é preciso buscar ser o melhor.



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