KEYNOTE - CAMINHOS PARA O BRASIL
Mario Mesquita, Economista-chefe do Itaú Unibanco,
entrevistou Arminio Fraga, Sócio fundador da Gávea Investimentos. Segundo
Arminio, o Brasil precisa ficar revisitando temas com frequência – como é o
caso da previdência – pois os governos não avaliam muito bem se o que já foi
feito no passado foi bom ou ruim. Por isso, ele diz que há espaço para uma
grande reforma administrativa, uma vez que o estado brasileiro está bastante
disfuncional com gastos federativos que precisam ser revistos. Fraga aponta que
se tivéssemos um ambiente de menos incertezas e mais seguranças os
investimentos estrangeiros, em especial em infraestrutura, iriam “bombar”.
Contudo, nos últimos 40 anos vivemos um cenário bem complicado e os
investidores que conseguiram crescer nesse período em que tivemos inúmeras
volatilidades são muito bons. Fraga concluiu dizendo que além dos seus
problemas internos, o Brasil vai ter que lidar nos próximos anos com uma fase
bem ruim da América Latina como um todo – “nem mesmo o Chile que consideramos mais
avançado está bem na região”.
PAINEL 3 - INVESTIMENTOS DE LONGO PRAZO -
PERSPECTIVAS PÓS PANDEMIA
Gustavo Camargo, Sócio da Bain, foi moderador do
Painel 3. Fernando Borges, Partner, Private Equity at SPX Capital e Conselheiro
ABVCAP, começou destacando que temos vivido um cenário macroeconômico ruim e
político pior ainda nos últimos anos e que não há uma perspectiva clara de
vermos isso mudar tão rápido no curto prazo. Essas incertezas são extremamente
ruins para entrada e saída de investimentos.
Anderson Thees, Managing Partner do Redpoint
Ventures e Vice-presidente da ABVCAP, destacou que a pandemia foi um grande
catalisador de demandas de tecnologias que estavam adormecidas e que, até mesmo
empresas que se consideravam 100% digital, tiveram dificuldades. Para o
executivo, em 2023, (pós pandemia e eleições) teremos um pouco mais de clareza
geopolítica e, com isso, “nosso mercado vai ferver”, em especial o mercado de
tecnologia.
Gabriel Felzenszwalb, Sócio da Vinci Partners
aponta que ao mesmo tempo que tivemos grandes resultados também tivemos grandes
sustos nos últimos anos. Segundo Gabriel, é muito difícil explicar para o
investidor estrangeiro esse cenário brasileiro – “a gente passa metade das
reuniões com investidores estrangeiros explicando o Brasil e o restante
explicando nossa estratégia”.
KEYNOTE - O CENÁRIO GLOBAL DE INVESTIMENTOS
EM PE&VC
Drew Guff, Managing Director e Founding Partner
Siguler Guff, destacou o crescimento asiático e a importância de importarmos o
modelo – “é impressionante como a China cresceu tão rápido nos últimos anos.
Temos mais de 650 bilionários na China” disse. O executivo destacou que áreas
como biotecnologia, hard tech e semicondutores devem crescer muito nos próximos
30 anos.
PAINEL 4 - PANORAMA DOS INVESTIDORES EM
PE&VC
CÉSAR COLLIER, Managing Director do Siguler Guf e
Conselheiro ABVCAP, foi moderador do Painel 4. Bruno Maueler, Senior Portfolio
Manager & Head of Investments da COPEL, disse que é possível ter bons
resultados se conseguirmos fortalecer nossas estruturas de governança para
conseguirmos viver tranquilos inclusive em momentos adversos.
Renato K. Weiss, diretor da Lexington Partners,
destacou que a América Latina representa muito pouco do PE no mundo e que o
Brasil ainda menos. Contudo, o executivo apontou que, "isso não quer dizer
que não existam boas oportunidades de retorno”. A grande dificuldade para ele é
mensurar o custo de oportunidade no Brasil, visando tentar encontrar empresas
menos expostas aos riscos econômicos e políticos.
Ricardo Kanitz, Sócio Fundador da Spectra
Investments e Conselheiro ABVCAP, destacou que nos anos 90, cerca de 85% do
capital investido no Brasil era estrangeiro e que, nos últimos cinco anos, isso
mudou e o investimento de famílias em fundos locais de Private Equity representa
cerca de 70% do capital investido. Ele aponta que “tivemos uma mudança grande
de perfil de onde vem o dinheiro”.
Gustavo Pires, Partner Asset Management Services,
XP Inc apontou os pilares para desenvolvimento da indústria: “processo de
educação financeira continua, componentes regulatórios e tecnológicos bem
calibrados”. Segundo ele, estamos vivendo um momento difícil de levantar
capital, em meio ao tumulto político que temos no Brasil, e que esses riscos
podem se estender pelos próximos 10 anos.
PAINEL 5 - CORPORATE VENTURE CAPITAL
COMPLETANDO O CENÁRIO BRASILEIRO DE EMPREENDEDORISMO
James Mawson, CEO Mawsonia, abriu o Painel 5
destacando que as empresas depois da pandemia ficaram mais inovadoras e
tecnológicas. Segundo ele, será preciso gerar longevidade, mas sempre com a
meta em mente. Rosario Cannata, Head of Corporate Venture Capital da EDP
Ventures, foi moderador da conversa mais voltada para os desafios do Corporate
Venture Capital (CVC)
Luciana Sater, Investment Partner ZX Ventures,
destacou a importância de um alinhamento preciso da tese de investimento para
facilitar a estruturação de uma área de CVC. Além disso, a montagem da equipe é
importante, diversificando as skills do time e blindando o budget para evitar o
impacto de resultados anualizados, mantendo o capital comprometido.
Michel Glezer, Diretor na Qualcomm Ventures,
apontou que existe bastante capital disponível para empreendedores, mas que
eles precisam se tornar conhecidos em meio ao ecossistema de Venture Capital.
Frederico Pompeu, Associate Partner boostLAB
Powered by BTG Pactual, reforçou a importância de definir a tese para se ter um
norte – “é a tese que vai definir o tamanho do cheque e o nível de maturidade
das empresas”. Ele também destacou a importância de ter uma equipe multidisciplinar
e com experiência interna dentro da casa, visando interagir com as áreas e
fazer uma política interna de contenção de expectativas em tempos difíceis.
Rodrigo Carazolli, Gerente Geral de Inovação
(H2/H3) da ArcelorMittal Aços Longos LATAM e Mineração Brasil, explicou o
modelo da ArcelorMittal em que a gestora é terceirizada, apontando que, com
isso, tem mais tempos para focar no que é realmente mais relevante, deixando a
parte operacional de lado.