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Entrevista com Fernando Borges | Sócio de Private Equity na SPX Capital Adicionado em 16/12/2021
 
Os investimentos de Private Equity tiveram queda em 2021. O que esperar de 2022?

O volume de investimentos em Venture Capital foi espetacular em 2021, mas trata-se de uma questão cíclica. Nos últimos dois anos, os investimentos de Private equity foram menores porque o pipeline foi mais fraco. O grande competidor do PE foi o mercado de capitais, tendo em vista que muitas empresas preferiram ir direto para um IPO e não quiseram falar com os fundos. Em 2022, acredito que esse cenário vai mudar, uma vez que o mercado de capitais ficou cada vez mais seletivo. Empresas estão tendo mais dificuldade de fazer um IPO e o pipeline de PE já começou a crescer. Estamos mais otimistas com o volume de investimentos de PE a partir de agora.


Eleições devem manter os investidores mais arredios para fazer grandes apostas?

A eleição é sim um fator de preocupação e que aumenta a volatilidade e as incertezas. É um fator que deve deixar o investidor mais cauteloso, porém, outros fatores são mais preocupantes. O que hoje está deixando o investidor mais arredio é a percepção negativa do Brasil lá fora, pois o governo não está conseguindo “vender” o país aos investidores estrangeiros. Além disso, a volatilidade do câmbio prejudica muito a perspectiva de estabilidade. A insegurança jurídica tem aumentado, com fundos sendo autuados pela Receita Federal, investimentos questionados, mudança de regras, entre outros fatores. Muitos dos fundos ora estabelecidos fizeram sucesso em governos de esquerda, por isso, não acho que um retorno da esquerda possa fazer algum tipo de diferença para o investidor estrangeiro. O investidor de PE está olhando para um horizonte de muito mais longo prazo, significa olhar até 3 ciclos de governo.


Em 2022, tivemos um grande volume de M&A e de IPO o que colaborou para a saída destes fundos de muitas empresas. Quando esses recursos serão reinvestidos? Do que depende um novo ciclo de investimentos?

Esse caixa que os fundos têm disponível não está sendo reinvestido no Brasil e isso está ligado à falta de clareza do que vai acontecer com o país. A instabilidade macroeconômica, insegurança jurídica e percepção negativa dos investidores estrangeiros faz com que o mercado brasileiro fique menos atrativo. O governo, seja esse ou o próximo, precisa tratar o capital estrangeiro e de longo prazo com mais seriedade, frente à sua importância para construir empregos e fazer o país crescer. O mercado de PE é muito importante para o mercado de capitais e precisa ser mais valorizado pelos governantes.


Quando os fundos nacionais e internacionais devem voltar a olhar o país como um mercado atrativo?

Depende se essa percepção negativa do Brasil vai mudar, se o novo governo terá uma maior preocupação com a sua imagem, se a volatilidade cambial vai se estabilizar, se haverá um ambiente macroeconômico mais favorável, entre outros. Contudo, o Brasil não vai deixar de ser atrativo, pois é um mercado muito grande, com escalabilidade e com muitas oportunidades. Temos vários casos de sucesso de PE no mercado e com retornos muito interessantes. Não é um mercado fácil, mas, apesar das adversidades, vai continuar a atrair capital.

 

Fonte: Abvcap News - Dezembro 2021


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