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Notícias do Setor

As lições do sucesso de Israel para o venture capital brasileiro Adicionado em 14/02/2024
 
O Brasil tem futebol. Israel, capital de risco. Potência global das startups, o país concentra cerca de 4% das gestoras de fundos de venture capital, mesmo com seus menos de 10 milhões de habitantes – o equivalente a mísero 0,1% da população do planeta. “As startups são nosso esporte nacional”, diz o israelense Barak Rabinowitz, sócio da F2 Capital, gestora de venture capital com foco em negócios ainda no papel ou em estágio inicial, nas áreas de inteligência artificial, big data e conectividade.

Para o jogo dar certo, o país aposta alto em tecnologia e pesquisa, responsáveis por 20% do PIB e 50% das exportações. Mas não é só. Além de ricos, os times israelenses mandam bem na tática – da escolha dos negócios investidos à mentoria dos craques selecionados. Detalhes da estratégia foram compartilhados por Rabinowitz com gestores brasileiros em evento promovido pelo BTG Pactual. Junto com ele estava o conterrâneo Judah Taub, fundador da Hetz Ventures. Confira as principais lições da dupla para o sucesso dos investimentos em venture capital.

 Início precoce e mudanças de percurso

A atuação das gestoras em Israel pode começar bem antes de os empreendimentos ganharem forma.  “Buscamos talentos com grandes ambições e nos associamos a eles cedo, muito cedo”, diz Taub. Uma vez selecionados, os futuros empresários trabalham no escritório da Hetz Ventures e seis meses na concepção do negócio antes de receberem o aporte.

Durante o processo, os empreendedores são encorajados a rever o percurso. “Muitas vezes eles nos procuram para buscar capital para uma ideia ou direção específica. Mas, no nosso programa pré-seed, dizemos: esqueçam isso. Aqui está o dinheiro, a pressão acabou. Nosso ativo é o talento de vocês”, afirma. Segundo ele, o objetivo da etapa é dedicar tempo para validar os planos existentes ou encontrar um caminho mais viável. “Por caminho viável, entendo oferecer algo com demanda no mercado”, esclarece Taub. “Pode ser observado em ciclos de vendas mais rápidos, disposição para pagar, engajamento e uso do produto.”

Nesse período, reviravoltas são frequentes. É o caso, por exemplo, de uma equipe que chegou com a ideia de criar uma plataforma de investimento para a Geração Z e acabou lançando uma plataforma de criação de vídeos publicitários com Inteligência Artificial (IA) para empresas de games.

 Foco definido

Outro segredo de Taub está na delimitação clara da área de atuação da gestora, sem cair na tentação de ampliar o leque quando há mais dinheiro no mercado. “Nós focamos em dados, IA e cibersegurança”, conta.  “Concentramos nossa atuação especificamente nessas três áreas verticais em que haverá retornos excepcionais, em que temos uma vantagem única, com 150 executivos C level especializados trabalhando na análise e expansão das empresas”, diz ele.

Na sua avaliação, a atuação bem definida ajuda a atrair investidores para o venture capital na atual temporada de escassez de recursos no mercado. “De forma geral, aqueles que permaneceram disciplinados colherão os benefícios, enquanto muitos dos que mudaram portfólios aleatoriamente, para áreas que não estão acostumados, desapareceram.”

Ajuda dos empreendedores

Na busca de negócios promissores, Taub também conta com ajuda dos fundadores das startups investidas pelo fundo de venture capital. “Estou feliz em dizer que aproximadamente 50% de nossos novos investimentos vêm de indicações de nossos fundadores atuais”, afirma.

Tecnologia militar

Nem todo ingrediente da receita do venture capital israelense pode ser encontrado no Brasil. É o caso do pesado investimento militar no país, marcado por intermináveis conflitos com vizinhos. Parte relevante do gigantesco orçamento do exército israelense é destinada à busca de novas tecnologias, desenvolvidas para uso pelas forças armadas ou empresas terceirizadas – muitas delas startups – e depois aproveitados por outros setores.

“Isso nos posicionou muito bem para a revolução tecnológica, inicialmente com semicondutores e equipamentos de telecomunicações, e mais tarde com software e agora com inteligência artificial”, diz Rabinowitz.

Durante o serviço militar, muitos israelenses se dedicam à área de pesquisa e desenvolvimento. É o caso de Taub, que, antes de ingressar no mercado de trabalho, passou cinco anos no exército, dedicado ao desenvolvimento de tecnologia para inteligência.

“É o melhor treinamento para o trabalho do mundo”, diz ele. Ao deixarem a farda, parte dos ex-soldados aproveitam o conhecimento adquirido e o networking feito para fundar startups, conta o gestor.

Mas guerras também prejudicam os negócios. Segundo a dupla de gestores, no conflito contra o Hamas, existem companhias trabalhando com algo entre cerca de 25% e 30% de redução no tamanho da equipe por conta da convocação de reservistas pelo exército.

Fonte: Capital Aberto


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