Novos olhares do VC para os empreendedores
Fernando Silva, Managing Partner da Crescera Capital, destacou o período de euforia que a indústria vivenciou nos últimos anos, comparando-o ao “Woodstock do VC”. A globalização, a expansão das redes de alta velocidade e a proliferação de dispositivos adequados impulsionaram a digitalização global, resultando em um influxo massivo de capital. Fernando enfatizou que, apesar dos altos e baixos, a natureza dinâmica do VC permite uma rápida adaptação e aprendizado. “A beleza do universo de VC é que somos uma das indústrias mais dinâmicas. A gente erra, aprende rápido e acertamos mais rápido ainda. No futuro vamos cometer outros erros, mas nunca mais os mesmos.”
Edson Rigonatti, Partner da Astella, trouxe à tona a importância de educar os empreendedores para o que o cenário de VC busca. Ele compartilhou sua experiência ao longo de três ciclos distintos, cujo primeiro foi ainda nos anos 1990, evidenciando que, no final, os resultados tendem a convergir para a média histórica. “Os LPs (investidores de VCs) vivem de safra, e temos que aproveitar a atual, que será uma das melhores safras que vimos nos últimos anos”, garante.
Sobre a excelente safra que está por vir, Carlos Costa, Partner do Valor Capital Group, ressaltou a importância de discernir entre empreendedores com habilidades excepcionais de venda e aqueles que verdadeiramente contribuem para a saúde do negócio. “É importante o VC entender quem é o empreendedor que sabe vender o peixe dele e o que é, de fato, relevante para a saúde do negócio. Tem que separar esses perfis para que os investimentos aconteçam de maneira consistente”, diz.
Especificamente no Venture Capital, foram aportados R$ 1,08 bilhão em 41 operações nos últimos dois meses, enquanto o Private Equity totalizou R$ 2,56 bilhões em cinco operações no mesmo período. No segundo trimestre consolidado, o valor investido em Private Equity chegou a R$ 4,8 bilhões em 17 investidas.
Agora, Pedro Melzer, founding partner da Igah Ventures e vice-presidente da ABVCap, garante que, mais do que nunca, é importante a vitalidade da diligência na tomada de decisões de investimento. Cada fundo deve compreender sua própria identidade e estratégia, pois existem diversas abordagens para o venture capital. Ele salientou que, apesar das incertezas inerentes, a convicção nos investimentos é crucial. Ignorar a perspectiva de saída ou subestimar a saúde dos dados apresentados pode resultar em impasses. “Se a gente não entende a perspectiva de saída daquele investimento ou a saúde dos dados apresentados, a gente não tem como avançar em um investimento. Existem diversas formas de ‘apostar’, cada VC tem suas métricas, mas não é possível pular a etapa da diligência. Quem pulou, agora está tendo que revisitar as estratégias de investimento”, completa.