Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência.

Esqueceu sua senha?

Notícias ABVCAP

CVC continua sendo ferramenta de grandes corporações, mas foco principal muda para geração de novos negócios, aponta ABVCAP Adicionado em 25/04/2024
 

Em um levantamento para mapear o cenário de Corporate Venture Capital (CVC) no Brasil em 2023, a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) descobriu que a principal prioridade dos programas de CVC é a "geração de novos negócios", com 39% das empresas atribuindo importância crítica a este fator. O resultado chamou atenção porque, no ano passado, a prioridade era "preparação para futuras disrupções". Além disso, houve um aumento na importância atribuída aos objetivos de retorno financeiro e apoio aos negócios existentes.

"Esses dados indicam uma mudança de foco para objetivos que produzam resultados tangíveis, além da simples preparação para futuras disrupções. Isso sugere uma evolução na estratégia dos programas de CVC, priorizando a criação de valor imediato e sustentável", afirma a organização, acrescentando que houve mudança nas empresas respondentes em 2022 e 2023, o que também "pode ter influenciado na variação das prioridades das empresas entre os dois anos comparados".

Participaram do estudo 39 empresas, das quais 81% têm sede no Brasil, enquanto as restantes são multinacionais operando no país, mas com sede nos Estados Unidos, Ásia e Europa. Os resultados indicam um crescente interesse por parte de empresas com matriz nos EUA em investir em startups brasileiras, além de um avanço, ainda que modesto, de empresas com matriz na Ásia. A pesquisa foi realizada pela ABVCAP em parceria com a ApexBrasil e Global Corporate Venturing, com o apoio do EloGroup, Fundação Dom Cabral e Wayra.

Dentre as empresas participantes da pesquisa, 43% operam no setor de serviços financeiros, enquanto uma parcela menor, de 6%, atua no segmento de mídia. Há também presença significativa do setor industrial (31% das empresas respondentes), e do setor de energia, na terceira posição, com 23%.

Confira a seguir outros dados do levantamento.

Otimismo

De todas as empresas respondentes, cerca de 48% possuem uma visão positiva das atuais condições de negócios, enquanto 42% têm uma avaliação neutra, o que revela um potencial de melhoria para os próximos anos. Além disso, apenas 11% das empresas têm uma visão negativa.

Para a ABVCAP, os resultados mostram coerência com a situação macroeconômica, mas também com o crescimento e abertura de novas unidades de CVC no país.

Setores mais atrativos

A pesquisa observou uma forte correlação entre os setores de atuação das corporações e os setores investidos pelas unidades de CVC. Os setores de serviços financeiros (investido por 57,14% das empresas), tecnologia da informação (51,43%) e energia (42,86%) predominam em ambas as categorias.

Receita do CVC

A pesquisa perguntou às empresas quais eram as receitas anuais do último ano (2023) vindas do programa de CVC. Aproximadamente 46% delas apresentam uma receita líquida na faixa de R$ 5 bilhões a R$ 50 bilhões. Adicionalmente, cerca de 31% das empresas possuem uma receita líquida inferior a R$ 5 bilhões. Portanto, os dados indicam que aproximadamente 77% das empresas se situam na faixa de receita de até R$ 50 bilhões.

"O CVC continua sendo uma ferramenta predominantemente utilizada por grandes corporações. É importante ressaltar que as porcentagens obtidas nas pesquisas de 2022 e 2023 não apresentaram variações significativas, demonstrando uma estabilidade nesses indicadores", disse a ABVCAP.

Investimentos e orçamento

A maioria das empresas respondentes (53%) possuem um fundo CVC inferior a R$ 250 milhões, enquanto uma minoria, de aproximadamente 13%, possui valores entre R$ 501 milhões e R$ 1 bilhão, sendo que esse é o “teto”, já que nenhuma das empresas sinalizou possuir um fundo superior a esse valor (conforme explica a ABVCAP, o montante se refere ao valor total que a unidade de CVC possui sob gestão, ou seja, o que foi alocado na unidade desde o seu ano de fundação).

Já em relação ao tamanho atual do budget alocado (total anual alocado na unidade de CVC da Corporate), dois movimentos ocorreram em comparação com o ano anterior, segundo o relatório. Fundos de menor valor, de até R$ 50 milhões, aumentaram e agora representam 39% dos programas de CVC brasileiros. Consequentemente, fundos com maior budget alocado diminuíram sua representatividade. Fundos que estão na faixa de R$ 50 milhões e R$ 120 milhões, por exemplo, apresentaram uma queda de 9 pontos percentuais em sua representatividade.

Regiões mais investidas

A maioria das empresas (97,3%) direcionam seus investimentos para a América Latina, com 51,4% focando exclusivamente no Brasil e o restante, em outros países da região.

"Apesar da proporção de empresas investindo na América Latina ter se mantido estável em 97% tanto em 2022 quanto em 2023, observa-se um aumento significativo na representatividade do Brasil, que teve um crescimento de 11 pontos percentuais em comparação ao ano anterior", afirma o relatório.

Em seguida, aparecem Estados Unidos e Canadá (40%), Europa (28,6%) e Oriente Médio (20%), Ásia-Pacífico (17,1%) e África (8,6%), além de "restante do mundo", com 11,4%.

Quantidade de investimentos

Ao serem questionadas sobre a quantidade de investimentos que pretendem fazer em um ano, 90% das unidades de CVC não planejam fazer mais que 6 investimentos em cada ano de atuação. Dentro do grupo, 45% respondeu que fará entre 1 a 3 investimentos; a outra metade respondeu entre 4 a 6 investimentos. Apenas 9% dos respondentes afirma que fará de 7 a 9 investimentos a cada ano.

Ganhos financeiros

A maioria dos participantes da pesquisa registrou um desempenho positivo, com múltiplos TVPI (Total Value to Paid-In Capital) superiores ao capital investido. No entanto, 23,08% dos respondentes relataram um retorno equivalente ao capital investido, enquanto 11,53% experimentaram um retorno abaixo do investimento inicial. O retorno mais comum entre os programas de Capital de Risco Corporativo (CVC) é de 2,1 a 3 vezes o investimento inicial, conforme indicado por aproximadamente 27% dos participantes (confira na tabela abaixo).


Desempenho financeiro — Foto: ABVCAP

Em relação ao volume financeiro gerado por meio de parcerias estabelecidas para as empresas do portfólio, 32% dos respondentes não registraram nenhum impacto financeiro. No entanto, 68% experimentaram impactos financeiros significativos, com uma ampla variação no volume financeiro gerado. O volume financeiro mais comum relatado foi de até R$ 10 milhões, indicado por 43% das respostas válidas.

Fonte: Época Negócios


Comentários


Mapa do Site | Links Úteis | FAQ | Contato | Localização
ABVCAP RJ: Av. Rio Branco, 115, 20º andar, cj 2041, Centro - Rio de Janeiro - 20040-004 | Telefone: 55-21-3970-2432
ABVCAP SP: R. Pequetita nº 145, 8º andar, cj 81 - Vila Olimpia - São Paulo - 04552-060 | Telefone +55 11 3106-5025