O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) selecionou seis propostas de fundos de investimento em micro, pequenas e médias empresas, nos quais o Banco investirá até R$ 638,5 milhões. São dois fundos de capital semente e quatro fundos de venture capital, selecionados por meio de chamada pública promovida pela BNDESPar, braço de participações acionárias do BNDES.
A previsão é de que a iniciativa mobilize, ao todo, até R$ 2,8 bilhões em investimentos. Desse total, até R$ 2,1 bilhões, aproximadamente, serão de capital privado, contribuindo para fortalecer o mercado de capitais, o ecossistema de inovação no país e as empresas nascentes de base tecnológica.
“Conseguimos uma carteira bastante diversificada com a chamada. Temos fundos com soluções de govtech, saúde, educação e clima e estimamos que poderemos apoiar mais de 150 startups.”, destacou a diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES, Natália Dias. “Além disso, dos seis gestores selecionados, cinco são novos para a carteira da BNDESPar”, ressaltou.
Na modalidade capital semente, voltada ao investimento em empresas brasileiras nascentes com faturamento anual de até R$ 16 milhões, foram duas propostas selecionadas: o fundo Govtech Brasil FIP Capital Semente, cogerido pela KPTL Investimentos Ltda. e pela Cedro Asset Management Ltda., e o fundo Antler Brasil I FIP Capital Semente, do consórcio formado pela Antler Brasil Ltda e Patagonia Capital Gestora de Recursos Ltda.
A categoria venture capital, direcionada a investimento em empresas com faturamento de até R$ 300 milhões, teve quatro propostas selecionadas: fundo Astella Journey V Feeder FIP Multiestratégia, gerido pela Astella Investimentos, Assessoria, Gestão e Participações Ltda.; fundo Noon FIP I FIP Multiestratégia, gerido pela Noon Capital Partners Assessoria e Gestão de Recursos Ltda.; fundo Good Karma Fund FIP – Multiestratégia, gerido pela Good Karma Ventures Gestora de Recursos Ltda.; e fundo FIP Multiestratégia Genoma IX, gerido pela DNA Capital Consultoria Ltda.
O edital prevê que a BNDESPar somente se tornará cotista de fundos que apresentem capital comprometido mínimo de R$ 160 milhões na modalidade Capital Semente, e de R$ 200 milhões na modalidade Venture Capital. Nos dois casos, será considerado no cálculo o capital comprometido pela BNDESPAR, limitado a 25% do montante captado por cada fundo. “Para maximizar o crowding in do setor privado, ou seja, colocar o capital da BNDESPar para trazer outros investidores junto conosco, exigimos uma captação mínima dos gestores”, explicou Natália Dias.
A chamada - Ao todo, foram recebidas 38 propostas de diferentes gestores, sendo 13 para a modalidade de capital semente e 25 para venture capital. A chamada, disponível na íntegra em bndes.gov.br/chamadamultissetorial2023, previa, incialmente, investimento de até R$ 1,45 bilhão do BNDESPar.
As propostas selecionadas previram um capital comprometido total que exigirá do Banco um investimento menor, de até R$ 638,5 milhões. “Uma leitura mais atenta mostra o quão desafiador tem sido captar recursos no mercado na conjuntura atual, o que demonstra que o momento da chamada foi bastante oportuno e reforça o papel da BNDESPar de atuação contracíclica, ao preencher essa lacuna de mercado que identificamos nesses segmentos específicos”, afirmou a diretora do Banco.
Além de aspectos como governança, aderência aos objetivos da BNDESPar, estrutura de custos e histórico do gestor, a equipe dos fundos foi analisada sob a ótica de diversidade da equipe, nas dimensões de gênero, etnia/raça e pessoas com deficiência. No conjunto dos selecionados, cerca de 30% das equipes-chave é compostas de mulheres; em um dos gestores, esse percentual é de cerca de 60%.
Participação em Fundos - Atualmente, sem contabilizar a chamada, o capital comprometido do Banco em fundos de crédito e de participação em empresas totaliza cerca de R$ 6,3 bilhões, alavancando R$ 23,5 bilhões de outros investidores. Desse modo, para cada R$ 1 investidos pela BNDESPar, outros R$ 3,7 são aportados por outros agentes do mercado.
Um dos pioneiros no apoio a programas de estruturação de fundos de capital de risco no Brasil, o BNDES participa dessa indústria desde o surgimento dos primeiros fundos, em meados da década de 1990. Ao longo dos últimos 27 anos, através da BNDESPAR, o Banco vem contribuindo para o fortalecimento do setor, por meio de investimentos em companhias de diversos segmentos e estágios de desenvolvimento.