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Notícias do Setor

Venture Capital | Startups inimigas de Wall Street estão bombando Adicionado em 08/04/2021
 
A maré está cheia para jovens empresas de tecnologia como Stripe e Coinbase, que estão crescendo e desafiando o sistema financeiro

A Stripe, de Patrick Collison, levantou US$ 600 milhões em uma rodada de investimento e chegou ao valor de mercado de US$ 95 bilhões

Com a pandemia forçando as empresas a acelerar o uso de ferramentas digitais, como e-commerce e serviços bancários online, a demanda por fintechs cresceu ao redor do mundo: milhares de startups de tecnologia financeira estão vivendo um frenesi de investidores, impulsionado pela crescente percepção de que o setor está pronto para uma reforma tecnológica.

Shamir Karkal sentiu esse movimento. Em 2009, ele e vários colegas estavam correndo para levantar dinheiro para uma startup financeira, a Simple. A maioria das 70 empresas de capital de risco com que conversaram ao longo de um ano não entendeu o sentido da ideia, e as poucas pessoas que entenderam acharam que seria um fracasso. No ano passado, porém, as coisas mudaram. Quando Karkal decidiu levantar fundos para sua nova startup de tecnologia financeira, a Sila, que fabrica software de compliance regulatória, ele arrecadou US$ 5 milhões em poucos meses, com uma fração dos argumentos de venda. Ele disse que estava frustrado por não ter conseguido tudo ainda mais rápido. “Eu conheço pessoas que conseguiram em menos de uma semana”, disse ele.

Agora, startups como Blend, Brex e Dave – que oferecem serviços bancários, empréstimos e processamento de pagamentos nada glamourosos – se tornaram bilhetes premiados. O fato ficou evidente este mês, quando a Stripe, uma empresa de pagamentos, levantou US$ 600 milhões em uma rodada de investimento que a avaliou em US$ 95 bilhões, o maior valor para uma startup privada nos Estados Unidos.

As empresas de tecnologia financeira também estão causando alvoroço no mercado de ações. Em 23 de março, o Robinhood, um aplicativo de negociação de ações popular entre os jovens adultos, entrou com um pedido confidencial para uma oferta pública inicial de ações. E a Coinbase, uma startup de criptomoeda, deve abrir capital nas próximas semanas, com valores que podem chegar a US$ 100 bilhões.

Até mesmo pequenas startups financeiras que ainda não introduziram formalmente seus produtos – como a Zeller, que oferecerá serviços bancários para empresas, e a Sivo, que está desenvolvendo um software de empréstimos – arrecadaram milhões de dólares e foram avaliadas em somas de nove dígitos.

Pressão na velha guarda

No total, os investidores de capital de risco injetaram US$ 44,4 bilhões em startups de tecnologia financeira no ano passado, ante US$ 1,1 bilhão em 2009, de acordo com a PitchBook, que monitora financiamentos privados.

Muitos investidores estão fazendo previsões ousadas de que essas startups irão derrubar grandes bancos e provedoras de cartão de crédito bem estabelecidas – e, em alguns casos, todo o sistema financeiro.

“Os bancos estão extremamente vulneráveis” porque não acompanharam o que os clientes querem, disse Mark Goldberg, investidor da empresa de capital de risco Index Ventures. Ele previu que, nas próximas duas décadas, US$ 1 trilhão em valor de mercado pode ser transferido das instituições financeiras da velha guarda para empresas de tecnologia. “É o que a Amazon fez com o varejo offline”, disse ele. “Dez anos depois, está acontecendo com as fintechs agora”.

As startups de tecnologia financeira que estão aproveitando o boom atuam em todos os campos. Elas oferecem serviços como contas correntes, hipotecas, seguros, investimentos, processamento de pagamentos e criptomoedas.

Muitas estão capitalizando na velha desconfiança das pessoas diante dos grandes bancos, especialmente após a crise financeira de 2008. Em vários casos, as startups oferecem aplicativos sofisticados e fáceis de usar, sem ramificações físicas e com taxas baixas ou inexistentes. E estão aproveitando a crescente familiaridade das pessoas com ferramentas de tecnologia e pagamentos digitais, uma mudança que se acelerou na pandemia.

Assim como a computação em nuvem e os smartphones mais baratos já permitiram uma onda de inicialização de novos aplicativos, o setor de tecnologia financeira assentou seus próprios tijolos para possibilitar que novas empresas surgissem mais rapidamente.

Uma das empresas-base é a Stripe. Fundada em 2010, ela começou oferecendo o processamento de pagamentos para pequenas empresas e startups. Em 2018, valia US$ 20 bilhões e começou a investir em outras startups. Agora, a Stripe processa centenas de bilhões de dólares em pagamentos por ano, se expandiu para clientes maiores, como Salesforce e Booking.com, e fez mais de 30 investimentos em outras startups fintechs.

“Estamos numa indústria em hipercrescimento e, dentro dela, a própria empresa está experimentando um hipercrescimento”, disse Dhivya Suryadevara, diretor financeiro de Stripe, em entrevista.

Domm Holland, executivo-chefe da Fast, uma startup de software de checkout de e-commerce, disse que Stripe acelerou o progresso de sua empresa. Os clientes que usam a Stripe para aceitar pagamentos online podem usar o software da Fast para o processo de checkout.

“Se a Stripe não existisse hoje, primeiro teríamos que construir a Stripe”, disse Holland. “Seria muito trabalho. Eles já fizeram tudo”.

No ano passado, conforme os negócios da Fast cresciam com a pandemia, os investidores começaram a enviar mensagens para Holland diariamente, pedindo para investir na empresa. “Muitas pessoas me mandam e-mails e mensagens no LinkedIn, dizendo: ‘tome aqui US$ 5 milhões’”, disse ele. “É um mundo bizarro de se viver”.

Ele acabou levantando US$ 102 milhões para a Fast em janeiro. A Stripe foi um dos principais investidores do financiamento.

Algumas pessoas, entretanto, alertam que a empolgação ficou muito além da realidade. Robert Le, analista da PitchBook, apontou para a avaliação da Affirm, que tem uma capitalização de mercado de US$ 20 bilhões, ou cerca de 40 vezes sua receita anual. Isso é significativamente mais alto do que o valor que os investidores normalmente atribuem a empresas de serviços financeiros de primeira linha. A American Express, por exemplo, é negociada a apenas três vezes sua receita anual.

Fonte: O Estado de S.Paulo


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