O dinheiro dos fundos de venture capital secou para as startups no último ano, mas o ambiente de inovação segue alimentado por parcerias entre grandes empresas e startups. Levantamento da 100 Open Startups mostra que as grandes empresas investiram R$ 6,4 bilhões em contratos e parcerias de inovação aberta com startups no período de doze meses até junho de 2023.
Foram 54 mil contratos com 4.177 startups, sobretudo nas áreas de inteligência artificial, análise de dados e produtividade. O volume financeiro representa mais do que o dobro do total do período anterior (R$ 2,7 bilhões).
Os setores tradicionais que mais buscaram startups na hora da inovação foram os de “Bens de Consumo e Alimentação”, “Serviços Financeiros” e “Varejo e Distribuição”.
O levantamento será apresentado na próxima quarta-feira, no evento anual da 100 Open Startups que pela primeira vez será realizado no Rio, em um evento de gala. Na cerimônia, a consultoria vai divulgar o seu ranking anual das 100 corporações que mais se relacionam com startups e as 100 startups mais atraentes para as corporações. O ranking se baseia na quantidade e intensidade de contratos firmados entre grandes empresas e startups.
— Inovação aberta virou sinônimo de inovação. É raro uma empresa que, ao falar de inovação, não considere a capacidade de inovação do ambiente externo. Isso se reflete na forma como se mede inovação hoje. Antes a gente falava em patente. Hoje estamos vendo grandes empresas incluindo sua posição no ranking 100 Open Startup no relatório para o investidor — diz o fundador e CEO da 100 Open Startups, Bruno Rondani. — E elas não necessariamente incluem informação sobre quantidade de patentes. Porque a patente é pressuposto para inovação, mas está no estágio anterior ao resultado do negócio. Há também um entendimento de que quando você obtém uma patente, você precisará de um parceiro para explorar a inovação decorrente. Muitas vezes isso é até mais importante do que a detenção do conhecimento —.