Para 2024, a gestora planeja atrair ainda mais corporações para o segundo fundo da casa e buscar novos fundos proprietários. “O mundo do investimento corporativo é menos sensível à macroeconomia. Ele não pode ficar olhando para a taxa de juros, senão ele desiste do seu futuro. É por isso que o corporate venture capital (CVC) é uma demanda intrínseca, de olhar o futuro das corporações, que vão criando esse ecossistema de inovação, e nós estamos envolvidos nisso. O que a gente planeja este ano é aproximar mais corporações da MSW, e quem sabe anunciar um novo fundo”, diz Moises.
Pioneira em gestão de venture capital especializada em corporações, a MSW possui atualmente três fundos. O BB Ventures, um CVC do Banco do Brasil, investiu em quatro startups nos últimos dois anos. O segundo é o MSW Multicorp II, que reúne corporações como Baterias Moura, BB Seguros, AgeRio e Embraer, para investimento em empresas alinhadas com a tese de investimento de cada uma delas. E o BR Startups, primeiro fundo da casa, que já está em desinvestimento. Em 4 anos, o fundo alocou R$ 35 milhões em 15 startups, e já retornou todo o capital investido aos cotistas, com duas saídas: Olivia e Car10.
Richard conta que, nos primeiros anos da gestora, era preciso explicar às corporações sobre a importância do CVC para os negócios. Hoje, porém, essa consciência já está naturalmente presente nas organizações. “Não é mais uma questão de se precisa ou não precisa, mas de quando será feito o CVC. Tem corporações que já estão fazendo seu fundo 2 ou 3. Ou seja, já viveram um ciclo. Então é um momento de muito mais maturidade”, avalia.
Foco no empreendedor
Mas apesar de o dinheiro vir das empresas investidoras, o foco dos gestores está nos empreendedores. “Para quem de certa forma a gente trabalha é o empreendedor, porque se o negócio deles der certo, vai pagar a conta de todo mundo”, diz Richard, acrescentando que a ideia é sempre que as corporações trabalhem junto com as empresas investidas, trocando experiências. A MSW se diz agnóstica, mas hoje atua principalmente nos setores de fintechs, agro, clima, energia, e aeroespacial, entre outros.
Para Moises, o mercado tem passado por mudanças, e hoje cada vez mais jovens têm buscado o caminho do empreendedorismo, em vez de carreiras corporativas. Isso faz com que as corporações tenham uma grande oferta de soluções inovadoras a todo momento. “Os jovens estão se apresentando com ideias e esse ecossistema está crescendo muito. As corporações precisam encontrar formas de conviver com isso, e a melhor forma é se aliar a eles, em vez de competir”, avalia.
Porto Maravalley
Sediada na Zona Sul do Rio de Janeiro, a MSW Capital também tem planos de participar ativamente do ecossistema de inovação que está sendo criado na capital fluminense. A gestora é uma das empresas que fazem parte do Porto Maravalley, por meio da Rio Energy Bay (REB). “Nosso papel hoje é consultivo, e de ajudar a trazer patrocinadores para o espaço, popular com startups do nosso portfólio”, afirma Richard.
A gestora também tem interesse em estar perto do Impa Tech, a graduação em Matemática da Tecnologia e Inovação tem como objetivo qualificar profissionais para trabalhar no hub tecnológico que está sendo criado na região. A MSW já atuou com educação empreendedora e pretende iniciar um projeto nesse sentido no local.
“A gente sabe que dali vão surgir profissionais extremamente capacitados e a gente precisa passar um pouco de educação empreendedora. Ainda não tem nada desenhado, mas vemos ali um espaço para trabalhar isso”, vislumbra o gestor.